Software livre deve tomar espaço em seminário
VALOR ECONÔMICO | EMPRESAS & TECNOLOGIA | 22/09/2004
De Genebra
De hoje até sexta-feira, outro seminário internacional em Genebra vai manter o afrontamento entre o Brasil e os Estados Unidos, desta vez sobre o software livre. O encontro promovido pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) foi antecedido da oferta da Microsoft a 30 governos e agências internacionais, como a Otan, do código do Office, software que a multinacional considerava uma das partes mais valiosas de sua propriedade intelectual (inclui Word, Excel, Powerpoint). Para analistas, a companhia de Bill Gates foi obrigada a dar esse passo por causa da concorrência do sistema Linux, com código aberto e que pode ser modificado livremente. Os governos e entidades que aceitarem a oferta de Microsoft assinam contratos de confidencialidade e não podem modificar nem copiar o código de Office. Para Sergio Amadeu, secretário do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), "essas políticas de abertura parcial do código são o reconhecimento de que o modelo não é confiável e não pode ser considerado seguro". Ele estima que a oferta da Microsoft não altera em nada o modelo do software livre, que o Brasil impulsiona, porque "o forte é sua capacidade para usar, alterar e criar novos códigos". Segundo Amadeu, a economia usando software livre é em média de R$ 10 mil por servidor (que coloca em rede vários computadores) e de pouco mais de R$ 1 mil por "estação de trabalho". A Suíça, conhecida por sua prudência, também está aderindo ao software livre, que já é usado em metade da administração federal. (AM)
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