Microsiga e ITI lançam projeto "Prefeitura Livre"

16/12/2004

Brasília, 16 de Dezembro de 2004 - O governo federal obteve uma vitória no processo de consolidação do software livre. A Microsiga, uma das maiores desenvolvedoras nacionais, lançou o Projeto Prefeitura Livre, um software de Gestão de Prefeitura em código aberto. Segundo o presidente da empresa, Laércio Consentino, o projeto tem como objetivo principal informatizar o maior número de municípios possível. Ele diz que o modelo de negócio é auto-sustentável e que as prefeituras pagam o valor de R$ 2,4 mil por ano para poderem ter acesso à ferramenta. Além disso, as empresas desenvolvedoras, que ficarão localizadas nas sedes dos municípios, também pagarão a taxa pelo mesmo valor. O modelo estabelece que as desenvolvedoras sejam as responsáveis pelo trei-namento de funcionários e adequação dos sistemas para a realidade de cada município. "Nesse caso, elas recebem por esses serviços", afirma o executivo. Consentino afirma que o software de gestão de prefeituras permite aos desenvolvedores de sistemas, por meio de pontos de entrada (locais previamente definidos no que ele classifica de software-base) programar rotinas complementares que interferem no processamento de forma a adequar as necessidades dos usuários. Através dessa rotina, a evolução do software aberto ocorre, garantindo a integridade das suas características originais. Segundo o executivo, a tecnologia é integrada aos módulos ERP Protheus 8 (sistema proprietário de gestão empresarial desenvolvido pela Microsiga, que inclui módulos de compras, suprimentos, contabilidade, recursos humanos e financeiro). A integração conta com ferramentas gerenciais de análise estratégica como o Business Intelligence, Workflow e Balanced Scorecard (BSC). Para viabilizar o acesso da solução, a Microsiga irá gerir todo o processo através do site www.prefeituralivre.org.br. Através da internet, a empresa irá prover conteúdo, treinamento e certificação de desenvolvedores e implementadores do software. Consentino destaca que as regras e rotinas do uso dos produtos também serão determinadas no site e serão administradas por um Comitê Gestor do Software-Base, composto por representantes das indústrias de hardware e semicondutores, governo federal, universidades e comunidades de software livre. "O papel do gestor é fundamental para garantir a integridade do sofware-base", afirma. Para o presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu, o desenvolvimento da ferramenta em código aberto por uma grande empresa é um marco importante. "Isso referenda a posição do governo", afirma. Segundo ele, o projeto irá auxiliar no processo de informatização das prefeituras menores. "A Microsiga abre uma nova fase das empresas brasileiras de desenvolvimento de tecnologia da informação, se igualando aos grandes players de tecnologia que aderiram ao código aberto", diz. O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santana, afirma que a solução em software aberto só será sólida se empresas se apresentarem para desenvolver o projeto. "Caso contrário, ficaremos apenas no debate", diz. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 14)(André Silveira)