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Com parceria, IBM passa a oferecer certificação digital

Publicado: Quarta, 23 de Maio de 2007, 12h47

23.05.2007 
Todo mês, depois de avaliar 60 mil propostas de seguros, a Marítima tinha que desembolsar mais de R$ 20 mil para enviar cerca de 3 mil cartas registradas aos seus corretores. Nos envelopes, as recusas de novas propostas de seguros que a empresa, conforme estabelece a lei, tem que informar ao corretor no prazo máximo de 15 dias.

Ocorre que, devido à bateria de processos administrativos e perícias, regularmente acontecia de a empresa simplesmente não conseguir cumprir o prazo. Resultado: a proposta do segurado, mesmo negada, passava a valer, imediatamente, pelo prazo de um ano. ´´Quando isso ocorria, o jeito era correr o risco de lidar com um eventual sinistro´´, diz o superintendente de TI e processos da Marítima, Érico Tadashi Yamamoto. ´´Ou então tentávamos negociar o cancelamento com o corretor.´´

Uma saída simples para a situação: trocar as cartas registradas pelo e-mail. ´´Mas não qualquer e-mail´´, afirma Yamamoto. A partir da contratação de um serviço de autenticação de documentos digitais - preparado para dar a garantia de recebimento da mensagem e de seu conteúdo -, a Marítima passou a substituir as cartas em papel pelo correio eletrônico. ´´Ganhamos mais segurança jurídica, reduzimos os custos, os riscos e os problemas de gestão´´, diz.

Desde outubro do ano passado, quando adotou o serviço, até agora, a Marítima já emitiu cerca de 20 mil e-mails com força jurídica, conta o executivo. Hoje a empresa gasta cerca de R$ 12 mil por mês para notificar seus corretores. ´´Isso porque ainda enviamos algumas cartas pelo correio se o corretor não ler seu conteúdo em 24 horas´´, comenta Yamamoto. A tendência é que, nos próximos meses, esse custo caia para cerca de R$ 6 mil.São casos como esse que levaram a IBM Brasil a apostar suas fichas na oferta de sistemas de certificação digital, um recurso que, até então, não constava de sua cesta de serviços sob demanda. A companhia acaba de fechar parceria com o Comprova.com, um portal especializado em transações eletrônicas baseadas em certificação digital. Na prática, os sistemas permitem que mensagens simples de e-mail se transformem em documentos juridicamente fortes, explica David Dias, executivo de serviços da IBM para a América Latina.

Para garantir o valor legal dos documentos, a empresa utiliza o recurso conhecido como ´´carimbo do tempo´´, um selo eletrônico que indica o horário oficial do país, emitido pelo Observatório Nacional, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em 2006, a Comprova fez a emissão de 21,7 milhões de documentos com o carimbo do tempo. Somente em janeiro passado, foram 2,7 milhões.

Além dos serviços atrelados ao e-mail, também é possível fazer a assinatura de contratos via internet - sem a nem necessidade de presença física -, com o valor jurídico de assinatura do próprio punho, diz o diretor-presidente da Comprova.com, Marcos Nader. Uma terceira modalidade de serviço envolve ainda a possibilidade de registro nos cartórios, garantindo a fé pública dos documentos. ´´Temos parcerias com alguns cartórios. Não estamos competindo com eles´´, comenta Nader. ´´Na realidade, passamos a ocupar o lugar de uma testemunha nas transações, somos aquela terceira pessoa que confirma a operação.´´

Com a parceria, a IBM pretende oferecer o recurso à sua base de clientes, principalmente àqueles ligados aos setores financeiro e de seguradoras. Mais que tecnologia, o que chamou a atenção da companhia foi justamente o modelo de negócios proposto pela Comprova.com. A empresa, criada em 2003 por Marcos Nader - que também é um dos fundadores portal de leilões Mercado Livre - não exige que o cliente faça qualquer tipo de aquisição de licença de software ou coisa que o valha. Por meio do site, o usuário - seja pessoa física ou jurídica - pode comprar o número de ´´selos´´ que quiser e pagar por transação realizada. Um e-mail com autenticação de conteúdo e envio, por exemplo, custa entre R$ 1 e R$ 3.

A infra-estrutura tecnológica da Comprova.com já passou a rodar no data center da IBM, em Alphaville, na Grande São Paulo. As intenções da companhia com o serviço não são tímidas. ´´Vamos oferecer o recurso para todos os países da América Latina´´, comenta David Dias, da IBM.

A parceria acelerou outros projetos da Comprova.com, que se prepara para estrear, nos próximos meses, um portal para gestão de documentos e notas fiscais eletrônicas. O serviço, que tem como alvo as pequenas e médias empresas, também contará com a parceria da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Como cada Estado do país tem alíquotas diferentes de ICMS e ISS, a idéia é criar um tipo de pasta jurídica. ´´O usuário só terá que informar os dados da nota fiscal. Nós faremos a gestão´´, diz Nader. O objetivo, segundo ele, é oferecer uma espécie de cofre jurídico. Com senha de acesso e de mais critérios de segurança, só que tudo virtual.

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