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Cooperação internacional

Publicado: Quarta, 11 de Julho de 2007, 15h37

11.07.2007 
 
Serpro adere ao consórcio internacional ObjectWeb 2, trazendo ainda mais segurança às soluções desenvolvidas em software livre

Ampliar o uso do software livre é uma das prioridades do Governo Federal no setor de TI. Para o Serpro, mais do que estar alinhado a essa diretriz, trabalhar com esse tipo de plataforma constitui-se numa estratégia voltada à implantação de um novo modelo de gestão tecnológica. Além da significativa redução de custos oriundos do pagamento de licenças proprietárias, o propósito é ter autonomia para adaptar cada aplicativo às reais necessidades dos seus diversos clientes.

Como forma de consolidar ainda mais esse direcionamento, o Serpro aderiu, em março último, ao consórcio ObjectWeb 2 (OW2). Trata-se de uma comunidade Open source inicialmente constituída por instituições da Ásia e da Europa, destinada a agregar experiências e interesses mútuos em torno da disseminação da plataforma aberta junto a governos, empresas e centros de pesquisa científico-tecnológica. Como participante ativo desse grupo, o Serpro adquire a prerrogativa de apresentar seus produtos e ter acesso a inúmeras soluções que estão sendo desenvolvidas nesse campo ao redor do mundo.

É a primeira vez que uma empresa brasileira integra o OW2. Antes, o único representante brasileiro no consórcio era o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), vinculado à Casa Civil da Presidência da República. Vale ressaltar que a formação do ObjectWeb 2 está inserida no contexto da terceira geração do software livre. Enquanto numa primeira fase esse tipo de plataforma era usado de forma isolada, através de iniciativas individuais, e a segunda geração foi marcada pelo surgimento de comunidades ligadas ao tema, o momento atual vê surgir a formação de consórcios que se propõem a garantir investimento, suporte à aplicabilidade para as soluções em plataforma livre, estimulando a produção e reduzindo os riscos para quem apostar nesse modelo. “Estamos acreditando muito nessa terceira geração do software livre, fundamentada nos consórcios, que de certa forma estruturam as comunidades. O ObjectWeb 2 é uma comunidade estruturada da qual participam organizações representantes do setor privado, do governo e da academia. O Serpro achou interessante se fazer presente, porque eles têm a visão estratégica; e como prestadores de serviços, temos de dar cada passo medindo os riscos, garantindo qualidade e nível de serviço, porque as soluções nessa área têm evoluído muito, estão aparecendo soluções muito interessantes, mas algumas vezes elas não têm o nível de maturidade que outras soluções proprietárias já têm”, explica Luis Gustavo Loyola, coordenador corporativo de Soluções Tecnológicas do Serpro.

Segundo Loyola, assegurar a maturidade das soluções em plataforma livre é imprescindível, uma vez que freqüentemente elas são desenvolvidas para substituir ferramentas proprietárias que inclusive apresentam bom desempenho em funcionalidades semelhantes. Com isso, a troca para o software livre só se justifica na medida em que a nova solução funcione em observância às condições esperadas. “Às vezes, coloca-se uma solução de software livre para ser encaixada dentro de uma estrutura tecnológica que já existe. Ou seja, uma peça está sendo tirada para ser colocada outra em seu lugar. Então essa peça tem de se encaixar perfeitamente, tem de garantir que tudo estará funcionando plenamente, conforme a outra peça estava”, afirma.

Devido a essas exigências técnicas, o Serpro tem implementado com muito critério o uso do software livre em seus processos de trabalho. A cada passo nessa direção, é feita uma cuidadosa checagem da integração com outros ambientes, bem como dos vários tipos de utilização do aplicativo. Além disso, muitas vezes também é preciso fazer adaptações nos códigos do produto que está sendo utilizado. A premissa é adequar totalmente a solução aos requisitos demandados pelo cliente, o nível de serviço por ele cobrado.

Riscos mínimos Ao fazer sua adesão ao ObjectWeb 2, o Serpro passa a contar com mais um importante respaldo para esse processo de consolidação estratégica do software livre como ferramenta prioritária de desenvolvimento. Isso porque as discussões promovidas pelo consórcio estão relacionadas, principalmente, à camada chamada midleware, o que interessa bastante à Empresa. O entendimento é de que a camada inferior do sistema operacional já está razoavelmente explorada pelo mercado; existe um bom número de grandes empresas, como HP, IBM e Intel, investimento nesse campo, o que já garante que o sistema operacional tenha suporte e evolução.

Ocorre, entretanto, que é na camada que vem acima – de midleware – que são desenvolvidas, de fato, as aplicações e onde se dá a integração delas. É onde se precisa dispor de itens como banco de dados, servidor de aplicação, entre outros. Assim, é a partir da evolução dessa camada que se estará garantindo o pleno desenvolvimento das aplicações em software livre. “Como nosso core business é desenvolver, achamos que o OW2 é perfeito para nossa estratégia. Eles estão oferecendo oportunidade de trabalhar na camada que realmente nos interessa nesse momento. Acreditamos que com essa proposta os riscos são de fato minimizados”, comemora o coordenador.

Devido à reunião de diferentes segmentos no consórcio, cada um dos atores tem o seu risco reduzido. De um lado, os usuários passam a ter a certeza de que haverá investimentos em produção, evolução e suporte para as soluções que adquirirem. De outro lado, a indústria tem a convicção de que poderá investir em aplicações livres, pois haverá mercado consumidor para seus produtos. Não é difícil deduzir que, a partir do momento em que a indústria observa que vários serão os usuários para um determinado produto, ela investirá mais, por saber que terá o retorno do investimento feito.

Dessa forma, os clientes do Serpro ganham ainda mais confiança na hora em que a Empresa lhes oferece uma solução em software livre, pois têm a garantia de que, por trás daquele serviço que está sendo contratado, existe todo um respaldo de um consórcio técnico organizado, apoiando e fazendo com que aquela solução tenha um valor efetivo no mercado, não apenas brasileiro, mas também internacional.

“O Serpro achou interessante estar presente no ObjectWeb 2, pois o consórcio tem a visão estratégica; e como prestadores de serviços temos de dar cada passo medindo os riscos, garantindo qualidade para as soluções” explica Luis Gustavo Loyola, do Serpro.

Novo modelo A migração do tradicional modelo de licenças proprietárias para um cenário em que predominem as soluções em plataforma livre deve acontecer de modo gradual. O que consórcios como o OW2 buscam não é simplesmente que se deixe de usar o software proprietário de uma hora para outra. A filosofia é que os diferentes segmentos envolvidos com o assunto integrem os seus interesses e competências para a evolução desse tipo de ferramenta. E uma vez atingido esse novo patamar de segurança e confiança mercadológica, seja finalmente virada a página no que se refere a uma nova forma de prestação de serviços e desenvolvimento de soluções de TI.

“Queremos sair do modelo tradicional, no qual o ganho é focado no licenciamento do produto em si. Cobrar por produto, que é o modelo ainda predominante no mercado, é um caça-níquel; não é à toa que as maiores empresas de TI são empresas de software. Paga-se caro por um produto do qual, na maioria das vezes, se utiliza muito pouco, e quando é lançada uma versão nova, em geral o usuário tem de pagar novamente por aquilo. Se isso já fica muito caro no uso doméstico, para as pessoas físicas, imagine no nível corporativo, quando estamos falando de milhares de licenças dentro de uma organização. O que o OW2 pretende é trazer esse foco para os serviços efetivamente utilizados. E deslocar isso não é uma coisa simples”, analisa Loyola.

Pelo novo modelo de negócios que se está buscando, o preço do serviço é medido pelo seu uso efetivo. Ficará a critério do usuário, por exemplo, pagar ou não para ter um suporte permanentemente à sua disposição, ou desembolsar recursos apenas quando o fornecedor for efetivamente demandado. Entre outras conseqüências isso acarreta que, se o adquirente do serviço não estiver plenamente satisfeito, poderá optar por simplesmente trocar o seu fornecedor.Essa é outra vantagem trazida para o consumidor, pois o fornecedor terá de garantir, de modo permanente, a qualidade de seu serviço, não mais mantendo o usuário como refém a partir do momento em que pagou por uma licença proprietária.

Na opinião de Loyola, é esse o modelo que está começando a ser praticado no mercado, e que ganha um reforço substancial diante da atuação de consórcios como o OW2.

Para ele, é preciso oferecer garantia para quem desenvolve soluções livres. “Não é barato para uma empresa ou um instituto de pesquisa desenvolver um software. Deve haver uma remuneração para isso. Uma coisa é o financiamento de custo para nascer, para desenvolver. A outra é prestar um serviço de apoio na hora em que as pessoas estão usando, um suporte, ou um serviço para fazer melhorias, aperfeiçoamento das funcionalidades”, avalia.

Participação ativa A partir do momento em que se tornou membro do ObjectWeb 2, o Serpro abre um grande horizonte de intercâmbio de informações e experiências com os demais integrantes do consórcio. A Empresa poderá, por exemplo, apresentar as soluções que já desenvolveu em plataforma livre, como é o caso das de correio eletrônico, gerenciamento e suíte de escritório, entre outras, possibilitando, inclusive, discutir evoluções e aperfeiçoamentos para elas. Ao mesmo tempo, terá acesso a uma série de outras soluções que poderão ser agregadas às suas linhas de produção e aos serviços oferecidos aos clientes.

“Avançar sozinho no campo do software livre fica mais caro. Quando vários estão investindo, é uma parcela menor que cada um precisa colocar”, afirma Loyola, acrescentando que a participação do Serpro no OW2 constitui-se num marco importante para a Empresa, uma vez que se trata de uma modalidade inexistente no País, dado o nível de organização e comprometimento presente no consórcio.

As reuniões periódicas do ObjectWeb 2 acontecem, geralmente, em países europeus; porém um ou dois encontros anuais são promovidos em outros continentes. Há também encontros extraordinários, caso surja a necessidade de outras discussões em caráter especial. Os participantes têm permanentemente à disposição um fórum virtual, que podem utilizar para emitir opiniões e participar dos debates. “É um consórcio que não pressupõe gastos em dinheiro. Paga-se apenas a anuidade como membro, para que a organização possa funcionar. As demais decisões são absorvidas dentro de uma lógica de mercado. Isso é importante”, explica o coordenador.

Conforme já mencionado, além do Serpro, o ITI também representa hoje o Brasil no ObjectWeb 2. Mas diversas outras instituições nacionais já demonstraram interesse em participar do consórcio, como Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Dataprev e Prodasen. Para o País, é uma perspectiva interessante essa união em torno de um modelo que, certamente, irá garantir maior economia e eficiência à utilização da tecnologia como instrumento voltado à prestação de serviços públicos cada vez melhores.

Mercado em Evolução

Algumas pessoas ainda tendem a considerar o investimento em software livre como uma espécie de aventura, algo que colocaria em risco o equilíbrio do atual modelo de mercado. Trata-se, felizmente, de uma idéia que vem perdendo terreno no contexto brasileiro e mundial. Afinal, quem não quer reduzir custos com aquisição de softwares? E, também, quem não considera importante ter flexibilidade no uso de uma plataforma tecnológica, adaptando as aplicações de modo a realmente atender às suas necessidades?

Para atingir esses objetivos, é preciso acreditar, investir e unir esforços. É o que tem sido feito por meio de consórcios como o OW2. Puxando um pouco pela memória, não é difícil lembrar que, quando o Windows teve seu boom, nos anos 1990, o mercado não tinha profissionais suficientes para atender à demanda então existente, técnicos que dessem o suporte necessário; e muitas empresas também tinham receio de investir naquela novidade. Com a disseminação do conhecimento em torno daquelas ferramentas, entretanto, o receio foi, gradativamente, sendo reduzido e o modelo se consolidou.

Atualmente, é mais ou menos essa a situação que pode ser observada em relação ao uso do software livre, em termos comparativos. Aos poucos, as pessoas e as organizações vão percebendo que existem, sim, alternativas eficientes às soluções proprietárias. “Logo todos vão ver que há servidor de aplicações, servidor web, banco de dados e outros aplicativos funcionando bem em software livre. E quando os consumidores compreenderem que isso está ocorrendo, que há gente para dar suporte e gente para investir em evolução, cada vez mais pessoas irão entrando, e o mercado vai sendo ampliado. É como um ecossistema que vai se consolidando”, compara Luis Gustavo Loyola.

O coordenador lembra que, por mais que o software livre não seja uma coisa gratuita, ele se apresenta com um grande apelo para a mudança do modelo atual, proporcionando uma relevante oportunidade de se gastar menos em software, reduzir a escravidão frente às licenças proprietárias. “Hoje, no campo do software proprietário, as empresas, obrigam o usuário a firmar contratos que você acaba não usufruindo em sua totalidade. Aí eles lançam um produto novo, e mesmo você não precisando daquilo, às vezes acaba pagando para não perder a garantia. Como se aquele investimento anterior não valesse de nada. Fica-se pagando compulsoriamente por uma coisa que não necessariamente você usa; pagando sem fim”, reclama.

Diante dessa realidade, o que a terceira geração do Software Livre - representa pelos consórcios - prega é que a atualização tecnológica deve ser ditada pelas necessidades de negócio, e não porque a indústria lançou esse ou aquele produto novo, com algumas novas funcionalidades. ´´No Âmbito Corporativo, essas novas funcionalidades na maiorida das vezes implica em novo treinamento, em descontinuidade de processos; Não é uma coisa simples. Em empresas grandes isso deve ser pensado com muito cuidado. No Serpro são mais de duas mil pessoas desenvolvento. Por isso, trocar uma versão de Software é uma iniciativa que tem de ser feita com muito critério, para agregar valor de fato. O Software Livre, em sua filosofia, traz essa novidade. O usuário é quem dita a regra, e paga por uma coisa que realmente esa. Ele define o serviço que quer utilizar e pelo que se dispõe a pagar´´, acrescenta Loyola.

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