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Liberdade para os computadores

Publicado: Terça, 24 de Julho de 2007, 11h55

24.07.2007 
Cultura do software livre cresce nas universidades do Rio, que usam o sistema e investem em pesquisa

Ediane Merota

Marcos Paulo Schwenck Lopes já tinha ouvido falar sobre software livre, mas nunca havia usado um computador com este tipo de programa. Seu primeiro contato foi semana passada, num dos laboratórios de informática da Uerj, onde estuda. A universidade é uma das instituições públicas do Rio que, cada vez mais, adotam o software livre. Na UFF, mais de 90% das máquinas funcionam com Linux, sistema operacional equivalente ao Windows, cujo símbolo é o simpático pingüim aí ao lado, o Tux.

Software livre é aquele que permite ao usuário usá-lo, copiá-lo e distribuí-lo, na sua forma original ou modificado. Geralmente é gratuito, mas pode haver custo. Para as universidades, além de reduzir gastos, investir em software livre significa aumentar suas pesquisas na área: — Quem usa o Linux passa entender como funciona um sistema operacional, que é a base para rodar outros programas. No Brasil, temos que desenvolver mais programas, de acordo com nossa necessidade. O software livre permite isso — diz Marcia Cardoso, analista de suporte do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ.

Por ter um convênio com Microsoft, a federal do Rio usa, em maior escala, o Windows. Mas o Linux já é adotado por grupos de estudo no NCE e na !CoppeIUFRJ. Os computadores do laboratório da faculdade de biologia e parte das máquinas da reitoria também funcionam com Linux.

Na UFF, usar software livre é uma diretriz. Desde 2000, o Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação (NTI) da universidade passou a utilizá-lo no servidor da página, nos serviços de internet e de e-mail. Naquela época, mais de 70% do sistema usado era da Microsoft.

— Hoje, 90% do sistema operacional é Linux. Isto significa uma economia de aproximadamente R$ 1,2 mil por máquina, só com a instalação de programas. Temos mais de 20 laboratórios equipados com Linux, que é um software estável, está sempre atualizado e permite uma grande troca de informação. No dia-a-dia, o aluno nem percebe que não é Windows — conta Augusto Fernando Carneiro, analista da Comissão de Desenvolvimento de Novas Tecnologias do NTI.

Marcos Paulo, que está no 1º período de direito da Uerj, não sentiu diferença: — Vi que não era igual ao Windows mas, na hora de navegar, não achei diferença. Uso a internet na universidade para ver e-mail e para os trabalhos do curso — conta Marcos Paulo.

O engenheiro Rubem Ferreira, que é técnico em eletrônica do Departamento de lnfraestrutura da Uerj, é defensor do software livre. Sobre o Linux, ele lembra que muita gente recusava o sistema por ele ser ´´feio´´ graficamente. Hoje, sua aparência na tela é praticamente igual a do Windows.

— Na Uerj, começamos a usar o Linux isoladamente. Atualmente, temos cinco laboratórios de informática, com 50 máquinas em cada, que só usam software livre. As unidades são autônomas para escolher entre Linux e Windows, mas estamos dando todas as condições para que usem software livre — diz Rubem.

A migração de sistema, dizem os especialistas, pode ser gradual. Programas que rodam em Windows também funcionam em software livre e vice-versa.

Na Unirio, por enquanto, não há a cultura do Linux, mas o Centro de Ciências Exatas e Tecnologia já deu o primeiro passo, com a instalação de um laboratório com 60 computadores que levam a marca do pingüim.

EM DEFESA DO LINUX

As universidades federais são autônomas e, por isso, podem decidir sobre o uso de software livre. Porém, desde outubro de 2003, a orientação do governo federal é para que os órgãos públicos usem este tipo de programa, sim, sempre que possível. Há quatro anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou oito comitês técnicos, um deles é o de Implementação do software livre, coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).

No site softwarelivre.gov.br estão as diretrizes, os objetivos e as ações prioritárias deste comitê, que pretende, entre outras atividades, popularizar o software livre; ampliar a malha de serviços prestados à população através de software livre; e utilizar o software livre como base dos programas de inclusão digital.

Quando lança programas como o Computador para Todos, que permite o financiamento de computadores de mesa e de laptop, o governo determina, por exemplo, que estes equipamentos rodem sistema operacional Linux (que tem código-fonte aberto), pois a licença do Windows encareceria o produto.

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