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Governo quer Telecentros menos dependentes da união

Publicado: Quinta, 02 de Agosto de 2007, 07h38

01.08.2007 |COMPUTERWORLD | Editoria: Últimas Notícias | Assunto: Casa Brasil 

Segundo assessor, a idéia é que mais instâncias de governo e iniciativa privada possam suportar os telecentros. Prestação de serviços para geração de receita também não está descartada.

Apesar do pouco tempo de trabalho desde a criação, há pouco mais de dois meses, o comitê federal de inclusão digital já tem idéias gerais sobre algumas políticas que poderão garantir maior sustentabilidade e integração aos projetos.

Segundo o coordenador da iniciativa, Cezar Alvarez, uma das principais iniciativas está em estabelecer aproximações com outras instâncias de governo – estaduais e municipais –, com a iniciativa privada e também com a comunidade. A idéia é garantir a integração de tais setores à estratégia dos telecentros e reduzir a dependência desses projetos em relação ao governo federal.

“Não digo que o telecentro tenha que se pagar, mas não concordo que a União pague 100% dele. Sustentabilidade não significa auto-suficiência. Acredito que o telecentro precise também de voluntários e que seja absorvido pela comunidade, pelo prefeito, governo estadual ou mesmo associação de bairro”, comenta. Segundo Alvarez, o modelo de responsabilidade dividida permitiria uma expansão mais rápida e sustentável das bases de inclusão.

O comitê de inclusão digital também está avaliando políticas para utilizar os telecentros como pontos de capacitação para a comunidade, formação de monitores e inclusive a formação de pequenos empresários. Nessa última área, inclusive, o governo costura uma parceria com o Sebrae em nível nacional para definir uma estratégia de qualificação na área tecnológica.

“Também não descarto a possibilidade de que eles prestem alguns pequenos serviços. É uma discussão muito nova, mas que eventualmente pode inclusive incentivar a gerar receitas”, diz.

Estimativas do governo federal apontam que o Brasil encerrou o primeiro semestre com aproximadamente 17 mil telecentros, de diversas iniciativas – desde governamentais até patrocinadas pelo terceiro setor. Até o fim do ano passado, quando o País contabilizava 16.722 bases de inclusão digital, o governo federal financiava 60% delas.

Alvarez também defende a criação de uma padronização dos pontos de inclusão digital.“Temos uma grande diversidade de telecentros. Seria ideal se houvessem alguns elementos que permitissem que os telecentros tivessem uma engenharia institucional, funcional e até mesmo tecnológica comum”, comenta. Na avaliação do executivo, os benefícios estariam justamente na integração. Só por parte do governo federal algumas dessas iniciativas são o Casa Brasil, hoje com 55 pontos de presença e previsão de 90 até o fim do ano, e o Gesac, com 3,4 mil e ambiciosos planos de atingir 20 mil bases em 2008.

Os telecentros integram apenas parte dos projetos previstos para o comitê executivo de inclusão digital, encarregado também de articular iniciativas como o Computador para Todos e Um Computador por Aluno. A iniciativa é destinada especialmente para a camada de baixa renda que não consegue se inserir na aquisição de computadores, mesmo com incentivos governamentais.

“Essas pessoas com renda em torno de 700 ou 800 reais, que correspondem a cerca de 75% dos lares brasileiros, têm mesmo que contar com os telecentros, já que se pagarem a prestação do computador e mais o pacote de conexão – avaliado em 7,50 reais e que será formalizado na próxima sexta-feira (03/08) – pagarão uma prestação próxima de 100 reais, o que é muito para elas”, ressalta.

O comitê é composto hoje por quatro pessoas, incluindo Alvarez, José Luiz Aquino, também assessor da Presidência, Nelson Fujimoto, que atuou na área de tecnologia em Porto Alegre (RS), e Lívia Sobota, advogada envolvida no projeto dos telecentros de São Paulo na gestão de Marta Suplicy (PT-SP). Segundo o coordenador, o grupo trabalha neste momento em uma fase de diagnóstico sobre os projetos de inclusão digital. Propostas práticas de ações devem ser divulgadas em um prazo de 60 a 90 dias, para de fato deslanchar em 2008.

“Queremos iniciar o ano com o time completo e articulado. Temos três anos e meio para fazer com que políticas com densidade e permanência”, conclui.

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