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Casa Brasil pode ter mais de 80 unidades em 2008

Publicado: Terça, 14 de Agosto de 2012, 20h41

04.01.2008 | SOFWARELIVRE.ORG | Editoria: Notícias | Assunto: Casa BrasilInclusão digital com inclusão social. Esse é o espírito do projeto Casa Brasil, cuja secretaria-executiva está a cargo do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). Nesta entrevista, o coordenador do projeto, Edgard Piccino, faz um balanço das ações de 2007 e fala de sua expectativa com relação ao próximo ano.Como foi 2007 para o Casa Brasil?
Foi um ano muito bom. Temos 70 unidades em funcionamento. No final do ano, conseguimos renovar as bolsas das pessoas que trabalham nas unidades. O governo federal tinha assumido um ano de sustentabilidade e isso incluía as bolsas e nós estamos renovando por mais um ano. Estamos indo além do compromisso que já tinha sido assumido anteriormente. A maioria dos parceiros teriam muita dificuldade de manter a unidade se não fossem as bolsas, então isso é um ponto muito positivo que demonstra que o projeto está atingindo uma maturidade maior. estamos complementando a entrega dos módulos do estúdio multimídia, oficina de rádio e auditório, agora no final do ano vamos repassar os recursos para os parceiros. Estamos incluídos no PPA (Plano Plurianual), com uma ação, com um planejamento de atividades para até 2011 pelo menos. A expectativa é chegar a 86 unidades até fevereiro de 2008.É possível promover inclusão digital só com as ações do projeto?
Nós ainda não temos uma política pública de inclusão digital no país. Para se ter uma política pública, tem que ter algumas condições. Por exemplo, tem que se observar o pacto federativo, tem que ter uma ação conjunta e combinada de União, estados e municípios. Ainda não tem uma política formulada dessa maneira para inclusão digital, ainda não tem um marco legal que regulamente a questão como um todo, ainda não tem instrumentos de participação popular que auxiliem gestão pública nessa política. Até porque uma política pública precisa ser construída através de uma demanda social organizada, a sociedade civil organizada é quem tem condições de debater uma política pública. Pode-se dizer que estamos consolidando uma política de governo e estamos iniciando a construção de uma política pública de inclusão digital. Temos que ter uma longa fase de debates com o governo federal, com outros entes federativos e com a sociedade civil como um todo. Nessa reformulação, algumas novidades vão surgindo no campo da inclusão digital e os projetos de programas do governo federal vão se adequar a essa nova configuração.Como será o ano de 2008 nesse aspecto?
O ano de 2008 é essencialmente um ano de planejamento da construção da política pública. O Casa Brasil vai contribuir com isso, principalmente na formação e articulação de redes. Nós pretendemos no início do ano fazer um planejamento estratégico, nos dois primeiros meses. E vamos dedicar o ano a definir a estrutura perene do Casa Brasil porque em agosto termina o projeto de pesquisa que estaria implantando as primeiras unidades. É um projeto piloto, de pesquisa junto ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A estrutura perente que quermos montar vai mesclar uma solução com bolsas, porque nós achamos que é muito adequado o oferecimento de bolsas para a educação tecnológica popular. Isso foi um elemento fundamental na inclusão digital. E, é claro, a orientação é nas unidades ter um funcionamento máximo e um melhor atendimento possível ao público. O nosso esforço vai ser levar o maior números de atividades para as unidades, oficinas e salas de leitura, laboratórios de meta-reciclagem, telecentro.Como funciona a estrutura de uma unidade?
Cada unidade tem bolsistas, entre eles um coordenador da unidade, um coordenador do telecentro, um monitor do telecentro, monitor da sala de leitura, um técnico do laboratório e um técnico do estúdio multimídia. É essencial esse trabalho dos bolsistas de educação social porque durante muito tempo se imaginou que a tecnologia tinha um grande elemento de auto-didatismo, quer dizer, a pessoa senta em frente ao computador e se inicia sozinha no mundo da informática. Mas, na verdade, isso não eliminaria, mas reduziria o papel das pessoas na mediação dessa relação homem-máquina. Isso não é uma verdade, porque a transmissão de conhecimento se dá entre pessoas e a aprendizagem auto-didata tem algumas limitações. Nem todos têm o mesmo repertório social, cultural, educacional para entrar num computador e aprender.Como foi o processo de seleção das unidades até agora? Haverá outros?
Nós fizemos um edital no final de 2005 para seleção dos parceiros estratégicos. Tivemos 220 inscritos e selecionamos 90. A partir do edital, foram arrecadados recursos da ordem de R$ 58 mil a título de custeio para cada unidade, e também adequação e reforma. As unidades são todas instaladas em bairros com pouco acesso a serviços públicos de qualidade. Nós acreditamos que deve haver equipamentos públicos de altíssima qualidade na periferia. Depois dessa fase, a comunidade é convidada para um diálogo para saber que naquele lugar vai ter uma unidade do Casa Brasil, para montar um conselho gestor. Quando está tudo pronto, é o momento de fazer a seleção dos bolsistas. Damos prioridade para as pessoas da comunidade porque acreditamos que o saber popular é legítimo e, ao escolher pessoas da comunidade para oferecer capacitação, estamos dando condições para essa pessoa ser uma multiplicadora do conhecimento que ela adquiriu para a própria comunidade. Ela será um exemplo para a comunidade, para mostrar que as pessoas que estão na comunidade e que têm oportunidade, podem ter um desempenho social tão bom ou melhor do que cada um da elite. Depois desse processo seletivo, a Casa entra em funcionamento.Qual a característica das unidades diante dos parceiros que o projeto têm?
Os parceiros são das principais cidades de cada estado. Nós temos cerca de 50% das unidades em parceria com organizações não-governamentais (Ongs´s), 45% com prefeituras e 5% com universidades. Esse é o perfil dos parceiros.

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