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Uma única urna impede o Brasil de encerrar a era do voto em papel

Publicado: Quarta, 29 de Outubro de 2008, 00h00

26.10.2008 | Uma única urna impede o Brasil de encerrar a era do voto em papel CONVERGÊNCIA DIGITAL | Editoria: Internet | Assunto: Certificação digita.

:: Ana Paula Lobo*
:: Convergência Digital :: 26/10/2008

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, lamentou o fato de uma única urna - localizada numa seção do Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro - ter impedido o Brasil de fazer, pela primeira vez na sua história, uma eleição 100% eletrônica. As urnas eletrônicas são usadas no país desde 1998.

Na seção do bairro carioca, a urna principal deu defeito, foi substituída duas vezes por urnas de contingência, mas o processo não funcionou. Foi preciso, dessa forma, recorrer à urna de lona e ao voto por cédula de papel, para que os eleitores pudessem cumprir o rito da votação. "Não era isso que desejávamos. Fizemos um projeto para termos a primeira eleição 100% eletrônica. Mas não deu", afirmou Britto.

Ao ser questionado por jornalistas, na coletiva de imprensa realizada na noite deste domingo, 26/10, em Brasília, para falar sobre a conclusão de mais uma eleição no país, se o sistema biométrico - utilizado no primeiro turno das eleições municipais em três localidades do país para teste (nos muncipios a eleição foi finalizada num único turno) - poderia vir a ser usado em um número maior de municípios para as eleições estaduais e Presidencial em 2010, Britto praticamente afastou esta possibilidade.Urnas biométricas e voto pela Internet.

Ele frisou que o projeto do uso da biometria prevê a adoção da tecnologia num prazo de até oito anos. "Com relação à urna biométrica, posso afirmar que o projeto é excelente. Ele elimina a possibilidade de fraudes e, de certa forma, colocará fim às perguntas sobre a segurança ou não do meio eletrônico", atestou. "Mas ela representa um custo que não está ainda estimado por nós de forma concreta", acrescentou o presidente do TSE.

Britto, no entanto, garantiu que haverá uma grande mobilização do Tribunal para que o cadastro biométrico - processo pelo qual as impressões digitais dos eleitores serão recolhidas e armazenadas num banco de dados nacional - possa vir a ser viabilizado o quanto antes. O presidente do TSE, no entanto, assumiu que precisará de recursos públicos para tocar a iniciativa, sendo que o atual momento - de impacto de crise financeira - pode não ser o ideal para angariar recursos junto ao Poder Público.

Mais uma vez instigado a falar sobre a confiabilidade da urna eletrônica, Britto foi taxativo: "Confiamos (ministros do TSE) 100% nas urnas eletrônicas. Eu confio integralmente. Se houvesse qualquer desconfiança, seria uma obrigação nossa torná-la pública", sustentou. No segundo turno das eleições municipais - realizado em 30 municípios - 1 município, no Maranhão, realizou eleição em turno único - foram alocadas aproximadamente 77 mil urnas eletrônicas, cerca de 11 mil a mais do que as seções utilizadas para a votação.

O TSE registrou falhas em 515 urnas eletrônicas, sendo que boa parte das ocorrências, segundo o Tribunal, aconteceu nos equipamentos mais antigos, adquridos em 1998. O índice de falhas de urnas ficou em 0,6661%, considerado "excelente" pelo Tribunal. A apuração da eleição aconteceu em tempo recorde. Em muitas cidades, pouco mais de duas horas depois do fim da votação, os resultados eram oficializados.

"Este é o milagre da votação eletrônica. Ela coloca o Brasil na vanguarda eleitoral. Lamento profundamente o fato de termos usado uma única urna de papel em todo o processo. Se isso não ocorresse teríamos tido a primeira eleição 100% eletrônica da nossa história", reafirmou o presidente do TSE.

Perguntado se o Brasil poderia dar um salto no processo e vir a ter num curto prazo o voto via Internet, Carlos Ayres Britto, como o fez com o tema urnas biométricas, adotou uma postura bastante cautelosa. Ele admitiu que a rede mundial transformou o modo de o ser humano se relacionar com o mundo. E o seu impacto no processo eleitoral não poderia ser diferente."Uma votação via Internet, respaldada com a certificação digital , não está distante. Ela virá mais cedo ou mais tarde. Na verdade, ela até nos permitirá fazer um número maior de plebiscitos e referendos populares. Mas não há, agora, como precisarmos quando esse processo acontecerá", completou o presidente do TSE.

*Com informações da TV Justiça e de agências de notícias

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